Hipótese TCC: Confira exemplos, saiba o que é e como trabalhar esta etapa importante na monografia

Um dos mais importantes exercícios da metodologia ainda gera dúvidas entre alunos que fazem TCC. Para esclarecer melhor as dúvidas, o site entrevistou a pós-doutora pela Unicamp, Katia Zanvettor

Simone Ishizuka Jornalista

Simone Ishizuka / Da Reportagem

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Tempo de leitura: 6 minutos

Síntese: Neste artigo, você confere como buscar as hipóteses para serem trabalhadas ao longo da pesquisa, além de saber identifica-as e reconhece-las devidamente à Banca Examinadora. Bons estudos!

Para saber quais trilhas os estudos científicos devem percorrer, o aluno em final de curso deve ter claro em como definir a Hipótese TCC.

Com esta afirmativa bem definida, o aluno terá mais facilidade para desenvolver o trabalho até chegar às considerações finais.

E para quem não tem experiência com pesquisa científica, vai uma importante informação: a definição das Hipóteses não é absoluta.

Isto é, as perguntas podem mudar ao longo da pesquisa, uma vez que o senso crítico e o conhecimento de dados começam a aparecer com o tempo.

É uma importante jornada, que deve estar bem amarrada até a finalização do trabalho.

Hipótese se resume a uma ou mais perguntas que são levantadas, geralmente, durante o pré-projeto do TCC. E, ao fim do trabalho, o aluno pode refutar o confirmar as questões.

Por isso, para melhor esclarecimento desta atividade, o Manual do TCC entrevistou a professora Katia Zanvettor Ferreira.

Jornalista, Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP), a professora tem pós-doutorado em Jornalismo Científico pela Universidade de Campinas (Unicamp).

Ferreira explica o que é e como trabalhar a Hipótese. além de dar dicas sobre possíveis frustrações que podem ocorrer ao longo da pesquisa.

Além do mais, a professora e doutora em Comunicação dá dicas interessantes sobre possíveis frustrações que podem ocorrer nesta parte da pesquisa. Confira!

Entrevista com:

Katia Zanvettor Ferreira

Jornalista, Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP), com pós-doutorado em Jornalismo Científico pela Universidade de Campinas (Unicamp).

O que é Hipótese do TCC?

Levantadas geralmente durante o pré-projeto da pesquisa, a Hipótese do TCC nada mais é que um número de questionamentos feitos para responder o Problema da pesquisa, os quais podem ser confirmados ou refutados.

A quantidade é indefinida, podendo ser alinhada com o Orientador do projeto. Feito isso, o aluno adota uma metodologia específica para achar a resposta.

De acordo com a professora e doutora Kátia Zanvettor Ferrreira, o levantamento destas perguntas deve ser feito através de uma pesquisa prévia do aluno.

A partir destas informações levantadas, é possível ter uma clareza sobre quais questionamentos podem ser compostos para a realização do trabalho. Ela exemplifica:

“Imagine um problema de uma pesquisa científica de Humanas, da qual tenho conhecimento. Sobre o porquê das pessoas não leem mais. Daí posso supor que é por conta do tempo que elas passam na internet, ou será que é por conta da educação básica, ou que estas pessoas sofrem algum tipo de estímulo externo”, explicou.

Como trabalhar a Hipótese da pesquisa de TCC?

O aluno deve se preparar para o TCC antes de começa-lo. Muita leitura e análise crítica deve fazer parte desta etapa.

Como foi destacado anteriormente, as Hipóteses podem ser levantadas durante o pré-projeto da pesquisa.

A execução deste estudo prévio é de extrema importância para o amadurecimento do trabalho.

Já que a partir dele, pode-se definir antecipadamente qual metodologia o aluno deve aplicar para responder o Problema.

“O cientista faz o pré-projeto de pesquisa para poder antecipar o que vai encontrar ao longo do trabalho. E também pode ser definido qual metodologia deve ser adotada, para se aprofundar mais no assunto”, destaca.

Ainda de acordo com a professora e doutora, a escolha da metodologia depende de diversos fatores.

Um deles é qual curso o aluno faz, qual o problema levantado, além de avaliar se é possível encontrar as respostas durante o tempo estimulado pela instituição que estuda.

“Seja através de entrevistas com personagens, se for uma pesquisa de história. Ou o aluno pode trabalhar através de enquetes presenciais ou on-line, questionários, testes laboratoriais, se for um curso de Química, por exemplo. E assim por diante”, explica.

Tecnologia a favor

A diversidade da tecnologia, principalmente referente às redes sociais, melhorou bastante a dinâmica do trabalho científico.

Segundo Ferreira, alunos podem fazer até uma pesquisa prévia através destas ferramentas para saber quais caminhos podem seguir.

“Dependendo da pesquisa, eu oriento meus alunos a fazerem publicações através do Instagram, por exemplo. Lá é possível fazer enquete ou perguntas específicas para a rede de amizades. E o resultado pode ajudar a amadurecer a ideia do trabalho”, revela.

Outras ferramentas também podem ser utilizadas ao longo da pesquisa, como o Formulários Google.

Através dela, o aluno pode personalizar as perguntas de acordo com o público-alvo. E tudo isso gratuitamente.

“Antes de mais nada, é importante saber que estas ferramentas vieram para agregar e não para substituir a pesquisa. Nada como um levantamento de informações feito presencialmente, para melhor analisar os dados da pesquisa”, defende a professora.

Ferreira ainda destaca que, independente da forma, é a partir desta análise mais aprofundada que o aluno vai avaliar o âmbito do trabalho.

“Pode ser que ao final, ele (o aluno) descubra qual a relação das hipóteses com o trabalho, ou seja, a hipótese pode ser confirmada ou refutada”, salientou Kátia.

Nenhuma hipótese foi confirmada. E agora?

Mesmo que as Hipóteses do TCC estejam todas refutadas, é interessante que o aluno tenha maturidade científica para admitir o feito e explicar o que encontrou com o resultado da pesquisa.

Embora pareça frustrante, este diagnóstico é mais comum do que se imagina em toda e qualquer pesquisa.

E é de extrema importância que o pesquisador tenha consciência disso, uma vez que a análise pode mostrar uma realidade diferente da que o aluno acreditava.

“O que é comum, principalmente entre alunos de graduação, é a tentativa de provar a hipótese, pois existe o medo de que nenhuma seja confirmada. E isto não pode acontecer, pois esta conclusão faz parte da ciência”, destaca a professora.

Kátia ainda conta que alunos em graduação costumam ser mais perfeccionistas e, desta forma, demoram mais para escrever e podem entregar um conteúdo fraco, passível de correção mais aprofundada.

“Quando isso acontece, alguns alunos acabam no que chamo de ‘paralisia’. E não conseguem seguir com o trabalho, por achar que estão fazendo errado, pois nenhuma hipótese foi confirmada. Sendo que a hipótese serve para nortear o trabalho, e não para colocar uma camisa de força no aluno”, enfatiza.

Conforme ainda a professora, chegar à conclusão de que nenhuma hipótese foi confirmada, pode demonstrar maturidade científica à Banca Examinadora.

Isso porque o aluno vai mostrar domínio no assunto e que soube conduzir bem o trabalho.

“O aluno não pode achar que sabe de tudo. Não confirmar as hipóteses faz parte da ciência e é desta forma que ela avança. Caso haja dúvida, tem a ajuda do orientador, que é uma pessoa mais experiente. Desta forma, o aluno pode encontrar esses caminhos”, afirma.

O papel do Orientador no TCC

Banca examinadora TCC
Para ter uma boa apresentação, o aluno precisa treinar e estar preparado para responder as perguntas da banca.

Com mais de 17 anos de atuação no ensino superior e 12 como orientadora, a professora e doutora Kátia Ferreira destaca a importância do orientador durante o processo científico.

Para ela, embora seja crucial o ponto de vista do profissional, o aluno deve ter claro que o trabalho é de autoria dele.

“O orientador é um parceiro de jornada, mas quem segue o caminhar do estudo é o aluno. E muitos deles esperam uma resposta para tudo por parte do orientador. Ele deve ter clareza de que ele sabe mais da pesquisa que o próprio orientador”, esclarece.

Para explicar melhor, a professora lembrou de uma situação enquanto orientadora:

“Ano passado orientei uma aluna que analisava o movimento das mulheres no campo. E ela tinha que ir in loco para levantar informações sobre a pesquisa, por isso ela tinha a experiência de ter uma visão mais próxima. Ela vivenciou, conversou e analisou estas mulheres. Ela sabia mais que eu”, relata.

“O orientador vai ser a pessoa que olha de fora do estudo, vai dar aquela ideia de que o aluno não teve na hora, por ter mais experiência no ramo. Além de oferecer um referencial teórico mais sólido, para que o aluno possa desmistificar o projeto e, assim, possa ter um bom resultado no dia da apresentação”, finaliza.

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